‘Crime bárbaro’, diz delegado sobre caso do sobrinho que confessou ter matado, enterrado e feito calçada por cima do corpo de tio

Investigado deve ser indiciado por homicídio qualificado

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Delegado regional de Polícia Civil, Fabio Campos. Foto: Renato Spagnol

“Crime bárbaro”. A frase foi dita pelo delegado Fabio Campos, da Polícia Civil de Vilhena, nessa quinta-feira, 10 de setembro, sobre o assassinato do cabelereiro Nilton César Nascimento Santos, de 43 anos. Segundo ele, um sobrinho da vítima que trabalha como pintor confessou ter matado, enterrado no quintal de casa e feito calçada por cima do corpo do tio. O suspeito tem 28 anos e está preso preventivamente. Conforme o delegado Campos, o investigado deve ser indiciado por homicídio qualificado. A pena vai de 12 a 30 anos de prisão em regime fechado.

A delegacia de homicídios tem 10 dias para concluir o caso, a partir da data da prisão do suspeito.

O desaparecimento

Vítima Nilton César.

Nilton César estava desaparecido desde o dia 28 de agosto, quando saiu da casa onde residia com a mãe, no bairro Embratel, para participar de um churrasco na casa do sobrinho. Segundo o delegado, parentes e amigos da vítima estiveram na festa, mas teriam, segundo depoimento do suspeito, deixado o local antes do assassínio.

Após o sumiço a família criou uma campanha em mídias sociais para localizar Nilton e, apenas no dia 4 de setembro, um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento foi registrado na polícia. Na noite da última terça-feira, 8, o disque denúncia da Polícia Civil recebeu uma denúncia anônima indicando a possível localização dos restos mortais de Nilton.

Na noite de ontem os investigadores estiveram na casa do suspeito, um imóvel localizado na avenida Neide Maria Fantin Pires, no bairro Bodanese. No local, foi encontrado o corpo da vítima. Segundo a polícia, Nilton foi morto no dia 28 de agosto com quatro facadas, sendo uma na zona das costas e três no pescoço. A casa, onde o crime aconteceu, é de propriedade da mãe da vítima e estava cedida há cinco anos ao suspeito do crime.

A confissão

À polícia, o pintor disse que no dia do crime teve uma desavença após a vítima ter alterado o tom de voz no interior de sua residência. O sobrinho também alegou que agiu em legítima defesa.

“O sobrinho contou que o tio em um determinado momento pegou uma faca e ele para se defender pegou outra e deu as facadas”, disse Fabio Campos.

Festa pós-morte

Segundo vizinhos, neste último final de semana o suspeito teria montado uma churrasqueira em cima da calçada construída para esconder o corpo e feito churrasco para amigos e até alguns parentes, que não sabiam que o corpo de Nilton estava sepultado naquele local. A Polícia Civil confirmou que uma churrasqueira feita com pedras foi construída sobre a cova.

Na festa, segundo um familiar, o suspeito pediria a amásia em casamento.

A Polícia Civil tem até o dia 19 de setembro para concluir o inquérito sobre o caso.