Com características de pirâmide, “Mandala” e “Giro Solidário” viram nova febre na web e ganham adeptos em Vilhena

Esse tipo de negócio não é novo no país e normalmente tem vida curta

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Desde a última semana a palavra “Mandala”, “Giro Solidário e “Roleta” ganharam notoriedade nas redes sociais em Vilhena. O sistema corre em grupos de WhatsApp e promete um ganho de R$ 800,00 até R$ 1.200,00 investindo apenas R$ 130,00. O valor investido é depositado na conta bancária pessoal e cada novo participante fica responsável por convidar novos membros. Na “brincadeira” que promete ganho fácil, não existe produtos sendo comercializados.

Mandala

O esquema é dividido em quatro grupos (fogo, ar, terra e água). Ao entrar, a pessoa investe os R$ 130 e precisa convidar mais duas pessoas para que também invistam a mesma quantia. Depois de fechar a quantidade necessária de participantes, recebe de cada um o valor também de R$ 130.

A reportagem procurou autoridades públicas de Vilhena, mas ninguém quis gravar entrevista. As alegações são de que ainda não tiveram conhecimento do sistema e que não poderiam comentar sem antes analisar. No entanto, um advogado ouvido pelo site não descarta a possibilidade de o sistema tratar-se de um “arranjo fraudulento, que engana quem a ele se junta por causa dos acenos de prosperidade rápida e sem esforço”.

No Estado do Acre, o Mandala já foi alvo de apuração por parte do Ministério Público Estadual. Em 2016, o então promotor Marco Aurélio Ribeiro garantiu que a “organização da Mandala possui indícios de pirâmide financeira, uma vez que os últimos participantes acabam custeando os lucros de quem aderiu antes”. O sistema não possui uma empresa que o gerencie.

Já em Minas Gerais, em 2017, o sistema entrou na mira da Polícia Civil do Estado e foi alvo de inquérito policial. Por considerar forte os indícios de uma variação de pirâmide financeira, que é um crime antigo contra a economia popular, previsto em lei desde 1951, as autoridades públicas ligaram o alerta.

Giro Solidário ou Roleta

O sistema segue praticamente o mesmo padrão do anterior. O modelo necessita do recrutamento frequente de novos membros para dar sustentação aos participantes que aderiram antes.  O convite é atraente e “assegura” que se o participante investir R$130, ele terá até R$ 1.200 de retorno.

O sistema também foi alvo de inquérito policial no Mato Grosso, em 2017.

Pirâmide financeira

Uma pirâmide financeira torna-se rentável apenas às pessoas que entraram no início. Cada indivíduo vai contribuindo para quem está acima, de forma que, se alguém não fizer o depósito, o sistema se quebra.

Esse tipo de negócio não é novo no país e normalmente tem vida curta, mas faz muitas vítimas.