Cadeirante vilhenense realiza sonho de fazer rapel: “a cadeira de rodas me deu liberdade”

Lidaiane Freitas Barbosa de 30 anos perdeu os movimentos das pernas após um acidente de moto em 2014, em Vilhena.

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O dia 27 de janeiro de 2014 ficará marcado para sempre na vida de Lidaiane, que na época, tinha apenas 22 anos. Ela conduzia sua motocicleta quando o motorista de um caminhão invadiu a via preferencial  e acabou atingindo Lidaiane, no centro de Vilhena. A jovem fraturou sete vértebras da coluna e perdeu os movimentos das pernas.

Lidaiane teve uma infância difícil, perdeu a mãe aos 8 anos de idade e desde então, precisou amadurecer precocemente.

Mas engana-se quem pensa que Lidaiane deixou de sonhar. Ela sonha alto e realiza. E foi assim com o rapel.

Em entrevista ao VILHENA NOTÍCIAS, ela conta como foi a experiência e encoraja pessoas a realizar sonhos.

“Desde meus 8 anos de idade, quando perdi minha mãe, eu precisei lidar com situações que exigiam que eu fosse forte. Tive que aprender a lidar com perdas desde muito cedo. Quando perdi o movimento das pernas, pensei que minha vida tivesse acabado ali. Fiquei internada por 28 dias e quando cheguei em casa, eu desabei. Chorei muito, questionei muito Deus, mas hoje eu entendo que Ele é perfeito em tudo que faz e hoje sou feliz como jamais havia sido antes”.

Lidaine conta que mora sozinha e é independente. Frequenta academia, pratica esportes e sai com os amigos.  Há aproximadamente duas semanas, ela viu na internet um anúncio de rapel, na cascata Uirapuru em Nova Lacerda, MT.

Ela entrou em contato com a equipe da Partinership Forever, responsável pela organização da excursão, que possui 9 instrutores confederados a Confederação Brasileira de Rapel, e contou que fazer rapel era um de seus sonhos. Ela foi prontamente atendida e assim, ficou marcado para o último dia 31 julho, o grande dia.

“Não tive medo algum, a galera me passou muita confiança. Quando eu estava descendo entre as duas cachoeiras eu pensei: eu consegui, eu estou aqui. Na verdade eu ainda estou em êxtase, não consigo nem descrever minha sensação ao realizar esse sonho. Eu quero que todos saibam que nós, cadeirantes, somos pessoas normais, como qualquer outra, apenas com algumas limitações”.

Lidaiane conta que apesar de todas as dificuldades que enfrentou após o acidente, hoje ela se sente livre e feliz.

“Quando eu andava eu não sonhava com o que sonho hoje. Eu sempre superei meus limites e quando tinha algum problema, encarava de frente. Muitas pessoas acham que eu estou presa à uma cadeira de rodas. Mas estou mais livre do que quando eu podia andar. Eu quero mostrar para as pessoas que tudo é possível, que não desistam do seus sonhos. Eu quero que pessoas que estão na mesma condição que eu, possam ser felizes como eu sou hoje. E eu vou continuar sonhando e realizando”.

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