Praticamente todas as lojas de materiais de construção estão sem estoque de tijolos para vender aos consumidores vilhenenses. Os produtos só são entregues cerca de 30 dias após o pedido.
O VILHENA NOTÍCIAS conversou com alguns lojistas para saber o porquê dessa falta de tijolos na cidade, e descobriu que a situação é a mesma em quase todo o estado de Rondônia.
Um dos lojistas disse que provavelmente a falta do produto aconteça em decorrência da pandemia que afastou vários trabalhadores da linha de produção, seja por medidas sanitárias ou por terem contraído o vírus.
E com a falta de produto, nada mais normal dentro da economia de mercado do que este produto ter o preço elevado. Hoje em Vilhena o milheiro de tijolos que era vendido na média de R$ 600-650, dependendo do modelo, hoje tem a média de R$ 730,00.
ESPECULAÇÃO
Outra fonte do VILHENA NOTÍCIAS disse que existe uma especulação em relação aos tijolos na cidade, devido as grandes obras que serão realizadas em breve. Exemplo é a construção do supermercado do grupo Irmãos Gonçalves, o novo atacadão do grupo Friron, um minishopping próximo ao bairro Barão III e de um novo campus da Faculdade Fimca.
Além de que diferente do que se imaginava, com pandemia a venda de materiais de construção aumentou muito na cidade, segundo os lojistas. “As pessoas ficaram em casa e decidiram fazer uma reforma, ou optaram em utilizar o tempo livre para construir”, disse um dos comerciantes.
INDÚSTRIA VILHENENSE

O empresário Eliar Negri, da cerâmica Santo Augusto de Vilhena, disse que o setor vem sofrendo há anos um problema de precificação dos produtos, que aliado a pandemia causou essa crise no setor.
“Bom parte do setor de cerâmica no país, cerca de 6 mil indústrias, são um tanto amadores e os industriais não estavam sabendo precificar seus produtos. O preço sempre foi baixo, e isso já vinha causando uma crise no setor, que com a pandemia só piorou e deixou todo o país nesta situação, não só Rondônia e Vilhena”, explicou Eliar.
O empresário relatou ainda que o problema deve durar pelo menos mais 60 dias para se normalizar.
“Um exemplo de que o setor estava em crise, é que em Pimenta Bueno existiam 15 indústrias, e hoje existem apenas 04. Com pandemia todas estão sofrendo. Nós aqui também tivermos que parar por 10 dias, nos organizar, e isso leva tempo para voltarmos a normalidade. Acredito que dentro de 45 a 60 dias tenhamos a situação normalizada em Vilhena e no país”, frisou.
Em relação ao aumento de demanda na construção civil, Eliar explica que o fenômeno também é nacional, mas causado pelo governo federal, “O governo injetou dinheiro para a população através do auxílio emergencial, saques do FGTS e linhas de créditos. Isso fez as pessoas investirem em construções e reformas. Agora o governo está fazendo um investimento parecido para as empresas, o que fará várias empresas e indústrias retomarem a normalidade”, finalizou.