Diretor do Hospital Regional visita o VN juntamente com enfermeira obstetra para esclarecer dúvidas frequentes

Dúvidas como o acompanhamento e a livre escolha da mãe em qual parto realizar, foram tiradas pelo diretor do hospital e a enfermeira responsável pelo setor de obstetrícia do HR

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Em entrevista ao Vilhena Notícias, o diretor do Hospital Regional, Clair Oliveira da Cunha, e a enfermeira obstetra Claudia Lucrécia, servidora há sete anos do Hospital Regional, esclareceram algumas dúvidas que vem sendo frequentes entre a população vilhenense e principalmente entre as gestantes de Vilhena. As dúvidas são sobre a liberdade de escolha da mãe no momento do parto, acompanhamento e os critérios para o acompanhamento. 

Enfermeira Claudia, quais são os critérios na escolha do parto da gestante?

A escolha é da mãe, se ela vai optar por cesariana ou parto normal, porém há alguns critérios clínicos a serem respeitados. Na cirurgia cesariana, por mais que seja cesariana, a mãe precisa sentir as dores iniciais do trabalho de parto, pois essas dores iniciais são uma sinalização para o próprio bebê, que vai compreender que daqui a poucos instantes ele nascerá, assim sendo mais seguro para a mãe e a criança.

Há exceções em situações em que mães já chegam em trabalho de parto no hospital e, mesmo assim querem a cesariana, porém o bebê já está nascendo, nessa situação a equipe não consegue voltar o bebê para uma posição que seja possível a cesariana, é quando acontece o parto normal devido as circunstancias.

Porém, retirando as exceções como a citada, é direto da mãe a escolha de qual parto realizar, a equipe médica não induz na escolha.

Claudia, em relação aos acompanhamentos em meio a pandemia, como está sendo realizado, a mãe tem direito a companhia de alguma pessoa no momento do parto? 

Todos os partos normais tem direito a acompanhante, somente um, apenas um pois não há preparação para receber mais de uma pessoa, estamos em meio a uma pandemia e existem muitas pacientes ao mesmo tempo, um acompanhante para cada paciente mais os médicos, as enfermeiras já lota o ambiente, por esse motivo apenas um. 

Na cesariana existem algumas restrições ao acompanhamento, o centro cirúrgico é um centro cirúrgico geral, ou seja, é um local que se deve ter menos aglomeração possível, é um setor cheio para uma estrutura pequena. 

Segundo o diretor do HR, Clair, por ser um centro cirúrgico geral e não exclusivo, a superlotação do local impede que em alguns casos o acompanhante tenha permissão para acompanhar.

“As vezes o acompanhante chega no hospital alterado, querendo acompanhar o parto, porém naquele exato momento pode acontecer de mais de dez gestante também estarem acompanhadas esperando a liberação, a cena seria um centro cirúrgico lotado, em meio aos acompanhante existe um equipe médica que também ocupa o mesmo espaço, com o ambiente lotado, todos correm o risco de estarem infectados e serem assintomáticos, mesmo com o teste resultando negativo, tornando-se um grande risco principalmente para a mãe e o bebê, é um risco que escolhemos não correr”, esclarece Clair.

De acordo com o diretor, a autorização para o acompanhamento na cirurgia cesariana depende do centro cirúrgico, se o centro estiver lotado como em alguns casos, a liberação se torna inadequada, em casos em que o centro cirúrgico está  tranquilo e mãe autoriza o acompanhamento, aí sim ele acontece. 

Clair diz que a orientação é que exista um diálogo da família da gestante com a equipe médica, pois a equipe médica orientará se é adequado ou não o acompanhamento de acordo com as normas de segurança. Em muitos casos, diante da impossibilidade do acompanhamento, o acompanhante se altera minutos antes da mãe entrar no centro cirúrgico, Clair ressalta que situações como essas desestabilizam a mãe e também a equipe médica dificultando o trabalho em um momento especial.