
Os doentes pelo coronavírus de Vilhena e região já não conseguem um leito de terapia intensiva para o tratamento de covid-19 na rede pública do município e passam, agora, a buscarem tratamento na rede privada. O problema, é o alto custo.
Desde o início do mês de janeiro a Central de Atendimento à Covid-19 de Vilhena está operando com 100% da capacidade, ou seja, com todos os leitos de UTIs ocupados. Ontem, quatro pacientes da Central da Covid faleceram por complicações da doença. Os leitos foram ocupados imediatamente por outros doentes que aguardavam na fila. O sistema público da rede municipal caminha para uma situação de colapso.
Na semana passada o Vilhena Notícias mostrou o caso de Maria Aires Fernandes, de 81 anos de idade, que foi internada em hospital da rede privada, por falta de vaga na rede pública. No dia 16 de janeiro ela foi levada ao hospital com dificuldade respiratória e com necessidade de internação, mas àquela altura a Central de Atendimento à Covid-19 do hospital municipal já não tinha vagas e a ocupação de leitos em UTIs da rede era de 100%. Assim, sua internação em UTI particular foi necessária.
Maria ficou internada na UTI privada por quatro dias, quando abriu uma vaga na Central da Covid e ela foi transferida para a unidade pública, porém, o quadro era grave e ela faleceu. A internação no hospital particular deixou uma conta de mais de R$ 17 mil para a família que dispõe de poucos recursos financeiros.
Hoje, parentes e amigos pedem ajuda para pagar a internação de Saul Alexandre Fontana que foi diagnosticado com covid-19 e está internado no Hospital Bom Jesus em Vilhena. Saul é morador de Cerejeiras. A família aguarda a transferência dele para o hospital público por não poder arcar com as despesas, mas ainda não há vaga disponível na Central da Covid.
A ação solidária foi lançada em mídias sociais. A conta para depósito é Banco Sicoob, Agência 3325, Conta corrente 98953-3, em nome da esposa Gracieli Dias de Oliveira, CPF 754.789.352-04 ou via PIX com a chave 792950702-59.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semus), “até o momento não foi necessário encaminhar para fora pacientes por falta de leitos. Todos puderam aguardar algumas horas no máximo para serem internados aqui mesmo”.
A Semus informou ainda que “está sendo feita contratação de mais profissionais de saúde, tanto por credenciamento (contratação direta), quanto por processo seletivo e também chamamento público de empresas para fornecimento de médicos na Central Covid-19. Assim, com mais recursos humanos será possível atender mais pacientes e mais rapidamente”.
Colapso na rede estadual
No sábado, 23, o governador de Rondônia anunciou a remoção de pacientes para hospitais do governo federal em outros estados. Marcos Rocha (sem partido) disse que as transferências serão realizadas por aeronaves. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) irá se encarregar dos trâmites necessários para início do processo.
Mesmo sendo referência no país no combate ao coronavírus, o Estado de Rondônia sofre com a falta de médicos para atuar na linha de frente da saúde pública. A Sesau informou que há leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponíveis, porém o Estado não dispõe de médicos para que os leitos possam ser utilizados.
Na última semana 40 pacientes foram colocados em fila de espera por vagas em hospitais públicos.