
O empresário Ademilson de Gouvea Silva, conhecido como Nino da São Matheus, vai se dedicar de forma solidária a trabalhos sociais. Ele quer criar uma campanha contra a fome, após descobrir que dezenas de famílias não têm o que comer em Vilhena.
Nino disputou uma vaga na Câmara de Vereadores nas eleições municipais do último domingo, 15, mas não se elegeu.
Em entrevista ao Vilhena Notícias nesta terça-feira, 17, falou que ao percorrer os bairros periféricos da cidade durante sua campanha eleitoral descobriu que famílias estão passando fome.
“Não imaginava que essa realidade existisse em Vilhena, mas existe, infelizmente”, lamentou o empresário.
Nino quer reunir empresários e comerciantes para desenvolver um trabalho filantrópico pela erradicação da fome na cidade. “Vi mães que choram porque não têm o que dar de comer aos filhos”.

A situação de pobreza na qual vivem centenas de vilhenenses é fruto do desemprego e descaso do poder público, afirma o empresário. Nino reforça a necessidade de um trabalho conjunto daqueles que mais têm poder econômico para acabar com a situação de miséria e a fome.
Como primeiro passo, Nino quer criar um grupo de voluntários para identificar famílias em situação de vulnerabilidade social na cidade: “precisamos identificar as famílias que não tem acesso à comida”. Ele irá anunciar nas próximas semanas os passos da ação beneficente.
O enfermeiro Caio Mendes, que também disputou as eleições municipais do último domingo, mas não conseguiu se eleger vereador, declarou apoio à causa.
A fome no Brasil atinge a 10,3 milhões de pessoas, sendo 7,7 milhões de moradores na área urbana e 2,6 milhões na rural, segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), divulgada em setembro deste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que “para uma criança com menos de dois anos de idade, a dieta tem um impacto profundo no desenvolvimento físico e mental. Crianças desnutridas com menos de cinco anos de idade têm o sistema imunológico gravemente fragilizado e são menos resistentes às doenças comuns da infância”.