
Moradores do bairro 5º BEC, em Vilhena, reclamam a falta d´água nas torneiras das casas. “É tão fraca que não consegue subir na caixa”, lamenta um aposentado de 68 anos.
Nesta terça-feira, 25 de agosto, dois residentes acionaram a Polícia Militar para denunciar, segundo eles, a utilização inadequada de água potável. Os moradores alegam que caminhões da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) estão retirando água potável de um dos poços do bairro para molhar ruas e isso, segundo eles, estaria provocando o desabastecimento de água no bairro.
A PM diz que durante o registro da ocorrência dois caminhões da Semosp chegaram ao local para abastecer os veículos com água do poço.
O QUE DIZ O SAAE
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) diz que o poço de onde a água está sendo tirada não está ligado na rede, então ele não atrapalha o abastecimento do bairro. (Veja abaixo a resposta do SAAE.)
“O uso de água retirada do poço semi-artesiano do bairro 5º Bec, que foi DESATIVADO em outubro de 2019, para molhar as ruas de terra em parceria com a Semosp (Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos) e a Semagri (Secretaria Municipal de Agricultura), não compromete o abastecimento do bairro. Isso porque o ramal de abastecimento de água foi desligado e a água NÃO está sendo usada para abastecimento de residências a pedido da própria população que reclamava da cor da água que continha substância ferrosa, a qual após análises não foi constatado nenhum prejuízo do consumo, porém ouvindo a comunidade local decidiu desativá-lo e perfurar um novo.”
O serviço de água orienta que durante a estiagem, especialmente entre agosto e outubro, a população deve fazer uso consciente da água para garantir a pressão das bombas que distribuem água para mais de 40 mil famílias em Vilhena. A orientação para cada família ter uma caixa d’água de pelo menos mil litros para este período.
Ações que podem ajudar neste período: (1) fechar a torneira ao escovar os dentes ou se barbear, (2) diminuir o tempo no banho, (3) sempre verificar se há vazamentos, (4) preferir varrer a jogar água nas calçadas, (5) aproveitar a água de lavação de roupas para limpar casa, (6) dosar bem a quantidade de detergente e sabão em pó utilizado para evitar muitos litros de água para enxágue.
A equipe técnica do SAAE aponta um conjunto fatores que explicam a causa da perda de força da água:
- Estiagem – No período da seca os lençóis freáticos têm menos água e o abastecimento pode sofrer com isso, em alguns momentos. Em adição a isso, as pessoas começam a usar a água para amenizar a poeira e o calor. O Saae assinou no mês passado a ordem de serviço para a construção de dois grandes reservatórios (com capacidade de 3,5 milhões de litros). Eles vão permitir que, mesmo com falta de água nos poços, não falte água na rede, pois os reservatórios irão compensar isso.
- Horário de pico – A equipe constatou que vários consumidores fazem uso da água ao mesmo tempo em alguns momentos do dia, especialmente no fim da tarde, lavando carros, varandas e garagens. Isso aumenta a exigência de água da rede, diminuindo a pressão geral. Além disso, muitos começam a chegar em casa do trabalho e o consumo aumenta rapidamente para banho, preparação de janta e lavagem de roupa.
- Ausência de caixas d’água – Muitos consumidores não têm caixas d’água em suas residências. Isso pode deixá-los vulneráveis a essas flutuações da rede e até mesmo sem nenhuma água durante reparos no sistema, que exija o fechamento da rede por algumas horas, ou durante obras de grande porte, como asfaltamento e semelhantes.
Há várias outras causas internas que também provocam a baixa pressão da água, como encanamento da casa feito com muitas curvas, caixa d’água baixa demais, bomba que leva a água da cisterna até a caixa d’água com defeito, vazamento nos canos da casa, entre outros.