Aos 84 anos, mãe vira exemplo em cidade de Rondônia por vender banana frita diariamente

Mãe de cinco filhos, Rita começou a trabalhar no ramo há 43 anos em Guajará-Mirim. Idosa diz que renda extra foi para ajudar família e amigos.

211

A palavra trabalho tem um significado especial na vida da aposentada Rita Saraiva de Guajará-Mirim (RO). Aos 84 anos, ela ainda tem energia para trabalhar de segunda a sábado vendendo bananas fritas, serviço que exerce há 43 anos de forma autônoma. Mãe de cinco filhos, vários netos e netas, além de três bisnetos, ela sempre usou a renda obtida para ajudar os familiares e amigos da cidade.

Rita é considerada um ícone na cidade e tratada com uma “super mãe” pelos clientes, principalmente pelos mais jovens, que ficam encantados ao verem a idosa sempre sorrindo debaixo de chuva ou de sol.

Nestas quatro décadas vendendo bananas fritas, a idosa sempre recebeu apoio do marido Francisco Manduca, de 85 anos.

Natural de Nova Morada (CE), Rita está casada com Francisco há 60 anos. Diariamente os dois carregam juntos o carrinho de venda até o cruzamento das Avenidas Doutor Lewerger com Campo Sales, em Guajará-Mirim, onde vendem as bananas fritas das 14 às 18h.

A aposentada conta que o trabalho como vendedora de banana frita é uma opção que ela e o marido decidiram seguir como forma de terapia e ocupação, para não levar uma vida sedentária. Segundo Rita, o serviço revigora o espírito.

“Tenho muito amor pela minha família. Sou mãe para todos. Minha renda não é exclusiva da venda de banana, mas com certeza ajudou na criação de todos os meus filhos e também dos netos. Fui aposentada porque sofri uma queda e bati a cabeça, eu era funcionária pública, mas não queria me aposentar. Quando chegou o anúncio da aposentadoria eu chorei muito porque queria continuar trabalhando. Estou com muita energia, não sei ficar sem fazer nada”, diz a idosa.

O casal vende, em média, 100 saquinhos de bananas fritas por dia, pelo valor de R$ 2,50, mas nem sempre o movimento é grande. O auge das vendas é durante os jogos do Guajará Esporte Clube (GEC) no Campeonato Rondoniense de Futebol, quando chegam a faturar até R$ 500 ao longo dos 90 minutos de jogo no Estádio João Saldanha.

“Nossa matéria-prima é da região mesmo, compramos a banana da terra, de produtores locais. Quando o Guajará joga nosso faturamento dobra, é o melhor dia para trabalhar. Eu amo trabalhar”, comenta.

Companheiro inseparável, Manduca diz que dona Rita é alvo de toda a admiração do esposo.

“É meu amor e não sei viver sem ela. Venho trabalhar junto porque ela é guerreira, estamos juntos para o que der e vier. Queremos muito o bem um do outro. Uma grande mulher e excelente mãe, até de mim ela cuida como se fosse filho”, brincou ele.

O sucesso das bananinhas fritas só tem uma explicação, segundo Seu Manduca.

“É o amor, tudo que fazemos é com amor, por isso fica tão gostoso. Uma vez duas jovens alunas pararam para comer a banana frita, uma delas perguntou o que a gente fazia para ter um sabor tão bom, antes que eu respondesse a própria colega disse: é porque eles fazem tudo com carinho e amor”, relembra emocionado.

Geralmente o casal tira folga aos domingos, exceto quando o GEC joga em casa. No próximo domingo (14), Dona Rita vai comemorar o Dia das Mães ao lado de toda a família. A matriarca da família Saraiva e seu Manduca vivem com uma filha e neta, no Bairro Serraria.

Aos 84 anos, mãe vira exemplo em cidade de Rondônia por vender banana frita diariamente

Rita diz que está casada com Francisco Manduca há 60 anos

Casal diz que bananas são fritas com amor e isto faz o sucesso

 

FONTE: G1