Um padrasto de 42 anos foi preso na última segunda-feira, 2 de setembro, suspeito de estuprar e engravidar a enteada de 15 anos. O crime acontecia há vários meses em uma propriedade na zona rural de Chupinguaia. A irmã gêmea da adolescente também foi vítima, assim como a mãe das garotas que foi obrigada a assistir a filha ser violentada sexualmente.
O caso chocou até mesmo a delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) Solângela Guimarães. “Em 12 anos de profissão como delegada, foi um dos crimes mais chocantes que estou investigando; pela barbaridade, pela crueldade do infrator; pela submissão que ele fez tanto as vítimas de violência sexual, como a própria esposa sofrerem”, disse à imprensa.
As meninas moravam com avó, quando em fevereiro de 2016, na época com 14 anos, foram morar com a mãe e o padrasto. Foi quando o homem começou a abusar da menina. O abuso consistia tanto no acariciamento como na conjunção carnal.
Com o decorrer do tempo, o padrasto começou os abusos com a outra adolescente que, para fugir dos abusos foi morar com um homem 30 anos mais velho.
De acordo com a delegada, os abusos com a adolescente que já era vítima continuaram. Quando ela se negava ter relação sexual com ele, ele agredia a mãe da garota. Em uma das agressões ele chegou a quebrar os dentes da mãe da adolescente, que não sabia dos abusos e porque estava apanhando.
Muitas vezes a adolescente se submetia a todos os tipos de conjunção carnal, para que a mãe não apanhasse, pois as ameaças de morte e agressões durante o ato sexual com a adolescente continuavam. A menina sofre de fortes dores nas costas por conta das agressões.
Segundo o relatado pelas vítimas, a mãe soube dos estupros recentemente, quando ela chegou em casa acompanhada da filha que não morava mais com ela, e flagrou o marido mantendo relações sexuais com a adolescente.
“Ela entrou em estado de choque e foi tomar as dores da filha. Mas ele usou uma garrucha, ameaçou e agrediu essa mãe; ameaçou a vítima e fez com que a mãe e a irmã presenciassem ele concluir o ato sexual com a vítima sob ameaça, de forma muito repugnante”, relata a delegada da Deam.
Depois disso a mãe e a filha tentaram fugir, mas como a localidade é distante da cidade, o suspeito alcançou e obrigou a voltarem para o sítio.
“Essa mãe vinha sofrendo tanta violência doméstica, tanto física como psicológica, que ela passou a ter problemas de saúde sérios. O infrator foi convencido a deixar a mulher fazer tratamento em outra cidade, e foi assim que elas saíram das garras dele. As adolescentes narraram o caso para um familiar, que procurou a delegacia”, diz.
Os exames e depoimentos foram encaminhados para a Deam de Vilhena, que representou pela prisão preventiva do padrasto.
O Poder Judiciário decretou e com apoio da Polícia Civil de Cerejeiras e Polícia Militar de Corumbiara, os investigadores da delegacia da mulher prenderam o homem e apreenderam a arma de fogo. Ele foi levado para Casa de Detenção de Vilhena, onde está à disposição da Justiça e pode responder pelos crimes de estupro, ameaça, lesão corporal e posse de arma de fogo.
As adolescentes estão sob cuidados de familiares. O caso continua em investigação e o inquérito deve ser concluído na próxima semana.
A delegada ressalta que vítimaso e testemunhas, podem fazer a denúncia de forma anônima pelo número de telefone 180, que é o disque-denúncia de violência contra a mulher.
“Tem que ser denunciado, pois a polícia só consegue agir quando ela toma conhecimento. Se ninguém tivesse feito esta denúncia, essa mãe teria voltado para as garras desse agressor. Essa vítima teria que ser obrigada a manter conjunção carnal com ele. E quantos outros filhos ela teria com esse infrator nessas condições? A denúncia é fundamental para que esses infratores sejam presos”, diz a delegada.
O suspeito já tinha passagem por tentativa de homicídio em Guajará-Mirim.
Siga-nos através do Facebook clicando aqui.
FONTE: Vilhena Notícias, com informações do G1 RO