Urbano Norte pode enfrentar ação judicial coletiva em Vilhena, afirma motorista desligado

Se o processo for iniciado Vilhena poderá ser o primeiro município do interior do estado a acionar a empresa de mobilidade urbana na Justiça.

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A franquia do aplicativo de mobilidade urbana, Urbano Norte, em Vilhena, pode enfrentar uma ação judicial coletiva, após ter descredenciado na última terça-feira (28), cerca de 20 motoristas.

Em entrevista ao Vilhena Notícias, nesta quinta-feira, Nelson Oliveira Ferro Junior motorista desligado do aplicativo, considera abusiva a forma como ele, e outros motoristas foram descredenciados “da noite para o dia”, sem antes terem sido comunicados.

Ao falar sobre o caso, Nelson diz concordar com os administradores da empresa que alegam, entre as razões para o corte em massa, o declínio de cerca de 20% no número de passageiros, registrado nos meses de abril e maio.

“Essa queda de passageiros por motorista aconteceu por culpa da empresa por ter cadastrado muitos motoristas nos últimos meses”, diz Ferro.

O ex-parceiro da Urbano Norte diz que nos dois primeiros meses do ano chegou a fazer 35 corridas num único dia, mas o declínio chegou ao seu pior nível quando na última quinta-feira, data do desligamento, ele carregou apenas três passageiros.

Cadastrado na empresa desde o dia 07 de janeiro deste ano, Nelson Ferro diz que, aconselhado pelo próprio Davidson Walace, sócio administrador da franquia de Vilhena, trocou o antigo carro por um Zero KM, para oferecer mais conforto aos passageiros.

“Acreditando na empresa investi e contrai uma dívida de mais de R$ 1.000,00 por mês, e do dia para a noite fui desligado. Minha nota no aplicativo é 4,9, essa avaliação vai de 1 a 5, então, a justificativa de má qualidade no serviço prestado não é verdadeira”, diz Ferro, que ainda acrescenta: “um dos motoristas prejudicados tem nota 5, a máxima, e o que justifica a saída dele?”, questiona. Ele explica ainda que se um motorista tratar mal um cliente, ele já é punido pelo próprio usuário, já que o aplicativo oferece a possibilidade de rejeitar o motorista.

Nelson Ferro confirmou ao site que o grupo desligado cogita mover uma ação judicial contra a Urbano Norte, com pedido de indenização por danos morais e financeiros.

Se o processo for iniciado Vilhena será o primeiro município do interior do estado a acionar a empresa de mobilidade urbana na Justiça.

 

Retaliação

Nelson diz que no início de maio teve um desentendimento com Davidson Walace e, em decorrência disso, foi desligado do app por quase 100 horas, o que gerou a ele um prejuízo estimando de R$ 600.

“Ele me ligou e pediu para que eu fosse no escritório, eu expliquei que naquele momento não poderia, mas que iria assim que possível, enfim, quando foi às 18h30 daquele dia meu app parou de funcionar, eu então liguei e fui informado que tinha recebido uma punição de 48h, porém, meu aplicativo só voltou a funcionar quase 100 horas depois, fiquei das 6h da tarde de quinta até às 9h da manhã da segunda-feira seguinte”, acusa Nelson.

Sobre a motivação, o motorista diz que a empresa alegou que uma cliente havia feito reclamação por escrito, porém, afirma que a Urbano jamais apresentou a ele a suposta queixa da usuária.