Hemodiálise vive um colapso e clínicas fazem alerta

Centro de tratamento de Vilhena atende 116 pacientes via SUS.

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Uma crise que assola o setor de hemodiálise no país levou vários Centros de Tratamento em diversas cidades a aderirem à Campanha Nacional de Valorização da Diálise nesta quarta-feira (29) – a convocação para o movimento que tem como slogan “Vidas Importam” é promovida pela Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT). O objetivo é chamar a atenção da população e das autoridades para um problema que só cresce.

Para se ter uma ideia o número de pacientes que precisam de hemodiálise aumentou em 71% nos últimos anos, enquanto a criação de novas clínicas teve aumento de apenas 15%, aponta um relatório da Associação (ABCDT). Além do baixo crescimento de novos Centros o setor enfrenta outro problema, a mal remuneração do tratamento. Segundo o Instituto do Rim de Rondônia (IRR), em Vilhena, que atende hoje 116 pacientes via SUS, há quase três anos os valores repassados às clínicas pelo Governo Federal não são reajustados, enquanto o preço dos insumos importados – produtos e medicamentos – são dolarizados e sofrem sucessivos reajustes além do crescente aumento no preço do frete.

Marlos Arlan, gerente administrativo do IRR, esclarece que a mal remuneração do tratamento, além da “falta de financiamento adequado para a diálise e, a defasagem de 30% no custo da sessão de hemodiálise e o alto custo operacional está impedindo as clínicas de investirem em novas tecnologias, como a aquisição de máquinas para hemodiálise mais modernas”.

Paciente em tratamento (Foto: Ilustrativa).

Outro entrave acontece nas secretarias municipais e estaduais de Saúde: “apesar da baixa remuneração da tabela SUS, o Ministério da Saúde paga em dia para os fundos estaduais e municipais de saúde repassarem o recurso às clínicas, porém as secretarias sem justificativa, retém o repasse por mais de 30 dias, (Vilhena recebe com atrasos de até 30 dias, já a lei permite atraso de no máximo 5 dias úteis). Por conta disso, foi criada a campanha de valorização “Vidas importam, a diálise não pode parar”. São mais de 120 mil pacientes renais crônicos, segundo Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), que fazem diálise em 750 clínicas espalhadas pelo país e que dependem deste tratamento para manter uma vida próxima do normal, podendo trabalhar, ir ao cinema, viajar, praticar exercícios, jantar fora etc”, frisa o IRR.

Origem dos pacientes via SUS que fazem tratamento no IRR em Vilhena:

Vilhena/RO = 69 Colorado D’Oeste/RO = 11
Pimenteiras D’Oeste/RO = 2 Chupinguaia/RO = 3
Corumbiara/RO = 6 Cerejeiras/RO = 11
Conquista D’Oeste/MT = 1 Cabixi/RO = 5
Comodoro/MT = 5 Campos de Júlio/MT = 2
Campo Novo do Parecis/MT = 1