Caminhoneiros articulam greve nacional, mas lideranças divergem sobre paralisação

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Motoristas de caminhão de diferentes estados do país estão se mobilizando para uma possível paralisação em nível nacional com início previsto para amanhã, quinta-feira (4). A convocação tem se espalhado principalmente por aplicativos de mensagens e redes sociais, porém o movimento ainda não é consenso entre entidades que representam a categoria.

Na terça-feira (2), Francisco Dalmora Burgardt, conhecido como Chicão Caminhoneiro, representante da União Nacional dos Caminhoneiros, protocolou em Brasília, um documento direcionado ao Palácio do Planalto. No texto, foram apresentadas várias  reivindicações e um alerta para a possibilidade de greve caso não haja retorno por parte do governo federal. Segundo a liderança do movimento, todas as ações estariam sendo conduzidas dentro da legislação vigente.

Entre os principais pedidos estão mudanças nas regras que regem o transporte rodoviário de cargas, garantias contratuais mais claras para caminhoneiros autônomos e a atualização do valor mínimo do frete, especialmente para veículos de grande porte. A pauta também inclui propostas de apoio financeiro, como linhas de crédito com valores elevados, suspensão temporária de dívidas e a possibilidade de renegociação em prazos longos.

Outros pontos levantados são incentivos para a renovação da frota com isenção de impostos, ampliação da infraestrutura para descanso nas rodovias e a revisão da legislação sobre o tempo de pausa dos motoristas. A categoria ainda defende a criação de um órgão específico para resolver conflitos do setor e a reserva de parte das cargas de empresas estatais para profissionais autônomos.

Apesar da mobilização, nem todas as lideranças do transporte rodoviário apoiam o movimento.

Em 2018, uma greve de caminhoneiros levou ao bloqueio de estradas e causou impacto direto no abastecimento de produtos e combustíveis em diversas regiões do país, gerando prejuízos significativos à economia nacional.