SEMCOM emite Nota de Esclarecimento sobre bebê de Cerejeiras que precisou ser levado às pressas a Ariquemes

A nota diz que o bebê oferecia risco aos demais bebês por estar com um quadro infeccioso.

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Imagem ilustrativa

O secretário municipal de Saúde de Cerejeiras, Ederson Lopes, destaca que a Prefeitura de Vilhena garantiu o atendimento ao bebê, oriundo de Pimenteiras do Oeste, através de pediatra e explica que para todo encaminhamento de paciente para outro município, faz-se necessário a documentação via Crue (Central de Regulação de Urgência e Emergência) do Governo do Estado. “Em momento algum Vilhena deixou de atender a criança ou deixou de recebê-la. A equipe médica plantonista de Cerejeiras solicitou a vaga de leito para o bebê no sistema Crue. Não havia leito disponível em Vilhena. No entanto, foi autorizada a transferência mesmo assim através do procedimento Vaga Zero. A Saúde em Vilhena sempre atende nossos pacientes com muita prestatividade e profissionalismo”, explica Ederson.

O Vaga Zero é procedimento padrão do Sistema Único de Saúde, definido pelo Ministério da Saúde através da Portaria 2.048 de 2002, que prevê o envio pelo médico regulador de paciente grave para unidade de saúde mesmo que não haja leito disponível. O atendimento de estabilização é feito em ambulância ou pronto-socorro e, então, o paciente grave segue viagem para a internação em leito da unidade mais próxima, assim que liberada a vaga. A portaria define que é responsabilidade do serviço médico receptor, no caso o Hospital Regional de Vilhena (HRV), “acatar a determinação do médico regulador sobre o encaminhamento dos pacientes que necessitem de avaliação ou qualquer outro recurso especializado existente na unidade, independente da existência de leitos vagos ou não”.

Após Vilhena ter recebido o recém-nascido pelo Vaga Zero na UCIN (Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal), anexa à maternidade, o pediatra de Vilhena avaliou o paciente e recomendou o encaminhamento para UTIN (Unidade de Terapia Intensiva Neonatal), sendo a mais próxima em Ariquemes. “A equipe que transportou a criança até o município de Vilhena fez uma nova solicitação via Crue para leito de UTIN, já que os três berçários da UCIN de Vilhena estavam ocupados naquele momento”, relembra Ederson.

No momento havia pediatra atendendo no Hospital Regional de Vilhena, normalmente, cuidando inclusive de outros bebês em estado grave, com cardiopatia e doença autoimune. O médico plantonista do dia, Juan Fred, explica que a condição do recém-nascido impedia sua internação junto dos demais. “Esse bebê de Cerejeiras estava com quadro infeccioso e não poderia ser colocado junto dos demais, sob o risco de infectar os que já estavam internados e colocar a vida deles em risco, além de não possuir leitos vagos suficientes para sua internação, sequer temporária na cidade. Em Ariquemes temos a UTIN com isolamento mais próxima de Vilhena. É um serviço de alta complexidade e foi encaminhado à UTIN para segurança do recém-nascido”, enfatiza. O bebê continua em tratamento em Ariquemes, no Hospital Monte Sinai.

Cláudia de Matos Silva, diretora do HRV, destaca ainda que neste ano Vilhena deverá contar com UTI Neonatal em funcionamento, o que facilitará o atendimento de casos semelhantes. O prédio, construído pela Justiça do Trabalho de Vilhena, vinha sendo preparado para ser colocado em funcionamento. No entanto, com o advento da pandemia em março de 2020, o local foi o único espaço amplo e com instalações adequadas para a montagem dos 20 leitos da UTI Covid-19 do município e Enfermaria. Vilhena, inclusive, foi um dos poucos no Estado a manter essa estrutura sozinha por vários meses.

Agora, com a entrega das alas em reforma do HRV prevista para abril, e o fim da necessidade de tantos leitos de internação de UTI pela covid-19, o local poderá começar a receber os equipamentos já comprados para a UTIN, através de recursos do Ministério da Saúde viabilizados pela deputada federal Mariana Carvalho a pedido do então vereador Rafael Maziero. Os 42 equipamentos e aparelhos adquiridos com quase meio milhão de reais fazem parte de verba de R$ 3 milhões conseguida pela parlamentar para aquisições em toda a Saúde municipal.

TESTE DO OLHINHO – Em relação a matéria divulgada no início de março, a secretária municipal de Saúde, Weslaine Amorim, destaca que recebeu vereadores de Chupinguaia em sua sala e orientou os parlamentares sobre a necessidade dos municípios do Cone Sul terem profissionais próprios para realizar o Teste do Olhinho e do Ouvidinho, visto que é um teste de triagem neonatal, o que representaria mais comodidade para o recém-nascido e para a mãe. Inclusive, Weslaine ressaltou que Cerejeiras tem pediatra que faz teste do Coraçãozinho, do Olhinho e da Linguinha. O que torna aquela cidade mais próxima dos demais a fim de receber a demanda sem maiores transtornos para os pacientes. Para o teste do Ouvidinho a secretaria municipal de Saúde de Cerejeiras está ainda tentando contratar fonoaudiólogo.

“Em nenhum momento houve rispidez ou algo do tipo com os vereadores de Chupinguaia. É importante salientar ainda que a pactuação de Vilhena com os municípios do Cone Sul existe somente com o Governo Federal, dentro do PPI, o Programa de Parceria de Investimento, porém, foi feita há muitos anos e que tem valores defasados. Vilhena tem profissionais especialistas custeados puramente pelo município e enfrenta dificuldades na contratação de mais profissionais, que não desejam vir para a cidade, mesmo sendo convocados pelo concurso, processos seletivos ou chamamentos. Ainda assim, recebemos a demanda e atendemos com a estrutura disponível, como no caso da Vaga Zero citado acima, garantindo apoio a todas as cidades do Cone Sul e Noroeste do Mato Grosso”, concluiu.

O QUE DIZ O PAI DO BEBÊ

O VILHENA NOTÍCIAS divulgou o caso do bebê (RELEMBRE AQUI), que, segundo os pais, não recebeu nenhum atendimento em Vilhena e precisou ser encaminhado para Ariquemes onde permanece internado desde o dia 25. O pai, Diego Balanban, disse que assim que chegou, falou por telefone com uma mulher que acredita ser a Secretária de Saúde, Weslaine Amorin e que ela informou que não poderia receber o bebê por falta de leito neo natal.

Ele respondeu que iria buscar os seus direitos e ouviu que era o que ele deveria mesmo fazer. Segundo o pai, em momento nenhum foi falado em quadro infeccioso e que mesmo que estivesse com alguma infecção, por que o bebê foi recebido e está internado em meio a outros bebês na UTI neo natal em Ariquemes, recebendo tratamento por partes dos profissionais?